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domingo, 7 de outubro de 2012

PORRA TONTA- José M. Raposo






PORRA TONTA...


Jose M. Raposo

Segundo parece, há por aí certas pessoas que querem inventar coisas já inventadas.
            Vem isto a propósito de uns dias atrás me terem dito, em Novato, que a bebida Porra Tonta havia sido inventada no salão da I.D.E.S.I., nessa cidade.
            Porras tontas sempre houve toda a vida, mas a bebida a que me estou a referir foi inventada pelo Franklin de Oliveira, no seu restaurante Lisbon Pub, que depois se veio a chamar Captain’s Cove, em Monterrey, no ano de 1975. É feita com gelo, sumo de ananaz, dois “shots” de rum, preto e branco, granadine para dar a cor. Ela é batida num daqueles copos de metal - como quem está a fazer uma coisa que eu não digo - e depois de colocada no copo que se vai servir, deita-se por cima o licor de maracujá. Portanto, nestas paragens, já há porras tontas pelo menos há 32 anos.
Eu, como não queria relatar factos sem a autorização da pessoa que havia criado a bebida, resolvi comunicar-me com o Franklin. O email que lhe mandei foi-me devolvido. Telefonei para o 411 e o seu número de telefone não constava na lista. Pedi à menina da companhia dos telefones para o contactar e para que me telefonasse.
A menina disse-me que só poderia fazer isso se fosse um caso de emergência e que custaria dois dólares. Eu disse que era uma emergência muito grande, porque precisava da receita de uma bebida. Mais ou menos dentro de meia hora o telefone tocou e era o Franklin que começou por me pedir desculpa em se ter atrasado em me chamar, mas que no momento que recebeu a chamada estava numa sala de aulas porque se tinha matriculado num curso de aprender a não fazer nada e a aula em questão era imprescindível para completar o seu PhD. Eu ri-me tanto que fiquei com dores nas “adoelas”. Só mesmo o Franklin para dizer uma coisa dessas.
Por uma pessoa ter ouvido pela primeira vez o nome de uma bebida ou de outra coisa qualquer, não quer isso dizer que tal coisa foi inventada ou criada nesse momento.
Veio-me agora à memória uma quadra de um dos meus livros da escola primária, não me lembro qual, que dizia assim:
“Quem teve a grande desgraça
De nunca aprender a ler
Sabe só o que se passa
No lugar onde estiver.”
É o mesmo que acontece com certas pessoas que, embora sabendo ler, vivem num mundo fechado. Conhecem as festas do Espírito Santo, o local onde trabalham, o aeroporto de São Francisco porque tiveram que desembarcar lá e pouco mais.
E, francamente, para muitos, nem é preciso conhecer mais do que isso. Vivem satisfeitos assim. Têm tudo quanto precisam e até certo ponto, talvez, tenham razão.
O que não concordo é quando uma pessoa que está a tentar esclarecer certos assuntos, não abram as suas mentes para que possam vir a realizar que embora este planeta onde vivemos seja pequeno em relação ao universo, ao fim e ao cabo, é grande e existe neste mundo muita coisa que não conhecemos. Só dialogando com outras pessoas é que poderemos aprender aquilo que não sabemos.
Já me aconteceu também pensar que uma coisa está correcta e depois verifico que estava completamente errado. Foi o caso da discussão em que eu por força queria que o “lingcod” fosse bacalhau. Errei e, ao ser corrigido, aprendi.
Ninguém nasce sabendo tudo, mas indivíduos há que pensam que sim. 
Segundo parece houve, recentemente, a invenção, se que é que se possa chamar a isso de invenção, uma outra bebida que é feita com três ingredientes diferentes e que tem as cores da bandeira Portuguesa. Quando me disseram que se chamava “Poregee”, eu fui aos arames.
E disse que achava ofensivo. Chamem-lhe Portuguese ou bandeira Portuguesa ou Portuguese flag eu ainda me calava, se bem que não concordo em darem o nome da bandeira Portuguesa a uma bebida. Quando eu disse que achava que era ofensivo, houve um senhor que disse:
“Call it Portuguese or Poregee it don’t matter” E eu respondi
“It don’t matter to you but it does matter to me”.
Quando alguém nos está a contar algo e se nós não estamos seguros daquilo que dizemos, deveremos escutar, procurar saber os factos e nunca teimar aquilo que não sabemos para que não se faça papel de PORRA TONTA. 

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