Páginas

Desliga aqui para ouvir outros sons


MusicPlaylistView Profile
Create a playlist at MixPod.com

terça-feira, 23 de outubro de 2012

LINHA, AGULHA E DEDAL - José M. Raposo

 
Linha, agulha e dedal


José M. Raposo

Linha, agulha e dedal,
E dos dedos, com mestria,
Sai trabalho genial
Que parece até magia.

Da minha irmã Conceição,
Bordados a ponto cruz
Têm a mesma perfeição,
Mesmo brilho e mesma luz,
Tanto uma rosa em botão
Quanto a face de Jesus.

Certo dia ela bordou
Senhor Presidente Obama.
Quando o quadro lhe enviou,
Dele e da primeira dama
Às mãos carta lhe chegou...
Por fazer o que ela ama,
Na casa branca ficou
O valor da sua fama! 



DESPI A ALMA - CAIS DA SOLIDÃO - O PROBLEMA NÃO É MEU - poesias de josé M. Raposo





DESPI A ALMA

José M. Raposo


Despi a alma...
Do manto da saudade
E das lágrimas que já não choro.
Já não sei mais onde estou,
Nem tampouco onde moro.
Despi a alma...
Do véu estrelado da monótona noite
E da fria madrugada.
Despi a alma...
Da invisível, transparente mantilha
Da solidão que me cobre.
Despi a alma
Sem me teres pedido,
Das memórias
E do que havia me esquecido.
Estou sem rumo,Não tenho lema...
Veste-a com a ternura
Das palavras de um poema.
Publicado no livro
"Despi a alma no cais da solidão"



CAIS DA SOLIDÃO

Jose M Raposo


Com o azul do mar
escrevi na branca espuma
palavras de sonho.
Pensamentos absortos...
Tripulantes de uma barca sem leme,
onde navega o vazio da gabagem da saudade.
Agulha louca de uma bússola desnorteada.
Azimute perdido de rotas imaginárias
em cartas não existentes.
Na eesperança que uma mão amiga
as viesse arrebatar ao suplício das vagas...
Essas palavras que atirei ao mar
Chegaram a esse cais (des)governado pela solidão,
transformadas em murmúrios e poemas!


Publicado no livro
"Despi a alma no cais da solidão"





O PROBLEMA NÃO É MEU

Jose M Raposo


Toda a palavra que escrevo
É a mais pura realidade,
Pois, não quero, nem me atrevo
A contar meia verdade.

Se alguém não acreditar,
Por ser um direito seu,
Eu não me vou preocupar...
O problema não é meu!

Continuarei a escrever,
Continuarei a falar
E quem quiser compreender
Decerto irá me escutar...

E aquele que não entender,
Pode outra vez perguntar!

MUSAS VIÚVAS - José M. Raposo




MUSAS VIÚVAS

Jose M Raposo


Quantas musas viúvas vão ficar
Por o poeta não mais escrever!?
Quanto mais água o mar vai receber
Porque muitas sereias vão chorar?


Quantas traições escondidas vão estar
Porque jamais alguém vai entender!
E outros, simplesmente, não querem ver
O que em frente dos olhos está a passar...


Quantas promessas cumpridas não são
No espaço do tempo que foi perdido!
E quantas sonhos sonhados em vão,


De um ou de outro amor que foi esquecido!?
Quantas caravanas não passarão
Porque dos cães só se ouvirá o latido!?

NAS ENTRELINHAS - José M. Raposo e Machado Ribeiro


NAS ENTRELINHAS

José M Raposo

 

Meus versos são os abraços,
Meus poemas as delícias
E junto, tantas carícias
Nas virgulas, pontos e traços. 

Das palavras, os espaços
Mandam-te boas notícias,
Fazem, no papel, perícias,
Como se fosse em teus braços. 

Que neste meu escrever
De palavras muito minhas,
Não é preciso dizer 

Aquilo que adivinhas,
Porque, até tu sabes ler
O que vai nas entrelinhas.



NAS ENTRELINHAS

Machado Ribeiro


É sempre nas entrelinhas
que encontramos a verdade
nas tuas, muito continhas,
de grande profundidade.

Eu sei bem que adivinhas
nos braços da saudade,
a pontuação que tinhas,
com muita sinceridade.

São lidas tão diferentes,
porque o que penso não é,
e o que buscamos não tem.

Palavras ditas ao vento,
que, quem as julgar, até
não lhe sai do pensamento

Nando

ESTAMOS FARTOS QUE NOS TRATEM COMO PORTUGUESES DE SEGUNDA CLASSE - José M. Raposo



Publicado em fevereiro de 2008

UMA BOA SOBREMESA - José M. Raposo

 
 
UMA BOA SOBREMESA
José M. Raposo

Quando a minha mãe emprestava alguma alfaia agrícola que lá tínhamos em casa e se a pessoa a quem ela havia emprestado não a trazia a tempo de meu pai a usar quando precisava, era um problema dos diabos e ele então dizia:-“ Tu deves emprestar é agulha e o dedal que é o que te pertence”.

Eu considero que meu pai foi uma pessoa que viveu fora do seu tempo. Era tido por todos como um homem muito inteligente e respeitador. Mas, em casa era outra coisa. Ele era senhor absoluto e o que dissesse tinha que ser feito.

Se ele dissesse que uma caixa de fósforos era uma carroça de boi, tinha que ser.

Ora, vocês imaginem quando eu dizia que não era uma carroça de boi, mas, sim.  uma camionete do Varela.

Só quem não me conhece é que não sabe o quão eu sou teimoso. Porém, quando vejo que estou errado, tento emendar imediatamente. Não sou santo, nem sou demónio e se a minha mulher empresta alguma coisa, ela emprestou o que é nosso e não o que é meu ou dela. Por acaso até casamos com separação de bens, porque eu me recusei a pagar 500 escudos na altura e logo que o primeiro filho nascesse a separação de bens ficava sem efeito.

Quando a minha mãe está cá de visita aborreço-me sempre com ela, porque ela quer fazer a minha cama antes de eu me levantar. E eu acho que fazer uma cama é um desperdício de tempo porque à noite nos vamos deitar e fica tudo amarrotado, na mesma. Basta fazer a cama quando mudamos os lençóis.

No entanto, eu detesto ver uma cozinha destrambelhada, com loiça por todos os cantos.

Quando chego a casa, do trabalho, vou ao internet ler os meus emails e acontece que muitas vezes falo com a minha amiga Elen por uns minutos e depois digo: “Desculpa lá, mas tenho que ir fazer o jantar e limpar a cozinha”. Ela fica muito admirada e diz: “Mas eu pensava que os homens Portugueses não limpavam a cozinha”

 Bem, isso eu não sei. Na minha casa trabalha assim. Eu faço de tudo! Passo o aspirador, cozinho o jantar, lavo os tachos e panelas e coloco tudo em ordem para que no outro dia se possa cozinhar novamente. Ajudo a minha mulher em tudo o que posso e sei.

Muitas vezes já lhe tenho dito algo que ela não gosta e devo confessar que até sou culpado em algumas coisas. Por exemplo, pela manhã ela pergunta-me se quero papas de aveia ou uma torrada para o pequeno almoço e a minha resposta é sempre a mesma: “tanto faz!” E ela continua: “Oh, homem dos diabos, custa-te muito dizeres o que preferes?” E eu digo que tanto me faz uma coisa ou a outra. É comida. Lembro-me que houve uma vez que ela disse que eu arranjasse então o que eu quisesse.

Eu sei que há muitos homens que nem sabem ferver água e que pensam que as suas mulheres têm a obrigação de os servir em tudo. Se uma mulher não trabalha, não está certo que ela esteja em casa todo o dia, a ver televisão e não tenha a comida pronta à horas e a casa limpa. Agora, se ela trabalha, na minha opinião não é só dever do marido, como obrigação deste, ajudá-la em tudo o que for preciso. Muitas vezes não damos o devido valor às nossas esposas.

E, como no dia 14 deste mês é o dia dos namorados ou do San Valentim, por que não os homens levantarem o rabichel da cama mais cedo, ir à cozinha fazer o pequeno almoço e levá-lo á cama para que, juntamente, com suas esposas, o possam saborear?  Até pode ser que no fim do almoço venha uma boa sobremesa




LUZ DOS MEUS DIAS - José M. Raposo





LUZ DOS MEUS DIAS


Jose M. Raposo


Se o sol, um dia, sua luz já não der,
Não importa se ele não mais me aquecer,
Porque, se eu ainda te puder ver,
Serás, pra mim, como um sol, oh mulher!


Se um dia não derem luz as estrelas
E a lua a cara mostrar não quiser,
Em qualquer parte, aonde eu estiver,
Os teus olhos hão de brilhar como elas.


Se acaso os rios e mares secarem,
E de cantar os pássaros deixarem
Suas harmoniosas melodias,


Se tudo à minha volta desabar
Às escuras eu nunca hei de ficar,
Porque tu serás a luz dos meus dias.



Este soneto foi publicado no livro duplo
"101 Sonetos ao sabor do vento",
lançado no Rio de Janeiro, Brasil.
 

DELÍRIO - José M. Raposo




DELÍRIO

Jose M. Raposo


Escravo, esquece de teu amo, a filha!
Não queiras, dela, ser o seu senhor,
Porque isso só te pode causar dor
Se ela, de teu amor, não compartilha.

Essas rosas, nos prados descuidadas,
Ainda não sabem o que é sentir ciúme...
Mas, são elas que trazem o perfume
Daquelas sorridentes madrugadas

Em que o sol, ao despontar escaldante,
Traz a força e o delírio para o amante,
Aparecendo como que à socapa.

É assim, também, muitas vezes o amor,
Que, como o sol, perde a luz e o calor
Mesmo quando menor nuvem o tapa.




Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Fadistas da California

Fadistas da California

Fadistas da California

Fadistas da California

Festa em petaluma

Festa em petaluma