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quinta-feira, 29 de novembro de 2012

INSTANTANEOS - José M. Raposo









QUE VÁ PARA O KARASAX - José M. Raposo



 


KE VÁ P’RO KARASAX!


Jose M. Raposo



Ultimamente, tenho pensado no trabalho que vamos ter para reaprender o Português, por causa do acordo ortográfico.

Em Portugal os políticos votaram o acordo que resultou do estudo de muitos linguístas.

Pergunto: se os políticos podem decidir sobre a mudança da nossa língua, por que não dar ao povo o mesmo direito? Neste caso aí vai a minha sugestão e só espero que os filólogos de plantão não se ofendam com a brincadeira.

Eu até sou em favor de suprimir algumas letras que existem no alfabeto português. Temos algumas que têm sons definidos, portanto, para quê usar outras?
Se o “Z” têm o som de “Z”, acabem com esses “s” entre as vogais que tem o som do “Z”;  acabem com o “Ch” e escrevam xocolate; acabem com o “Q nove” e usem o “K”; escrevam “arrox” e não “arroz”; escrevam xávena da mesma forma que se escreve  xícara.

E já agora que o Xá da Pérsia não existe, escrevam Xá para a bebida, seja ele verde ou preto.

E como eu penso desta forma, aqui vai como eu escreveria com as novas regras.

Kuando extava na excola, levei algunx bolox kom a régua por kauza dox errox que kometia nox ditadox.
Ao ler um komentário no meu “facebook” e ao ver a maneira komo algunx dox meux amigox do internet exkrevem, pensei: se o meu profesor fose vivo dar-lhe-ia um atake kardíako e meu pai lá em kaza não fikaria nada satixfeito se me vise exkrever dexta forma. 

O interesante é ke sertax palavrax, não importa kual a maneira komo se exkreve, a pronúncia é a mexma. A minha amiga Elen teve a jentileza de me mandar, komo oferta de anox, além de outrax koisax, um livro sobre o akordo ortográfico entre ox paísex de língua Portugeza. Kontinuam, ainda, sertax diverjênciax entre o Portuguêx falado no Brazil e o Portugêx de Portugal e da maneira ke a malta maix nova extá a uzar ax palavrax, tenho a serteza ke podem fazer ox akordox ke quizerem, vai aver sempre kem excreva doutra forma kualker.

Na minha opinião, não averá maneira alguma de parar exte progreso ou retroseso, komo lhe keiram xamar. E ixto akontese kom todax ax línguax. Por ezemplo, a palavra “night”, em Inglêx, extá a ser subxtituida por “nite”. Klaro ke temox outra palavra kom a mexma pronúnsia e kuja ortografia é diferente, ke é o kazo de “Knight”. E kualker dia o “enough” pasará a ser “enouf” 

Eu já me pronunsiei váriax vezex sobre o kazo do noso Portugêx e do Portugêx Brazileiro. Ker a jente keira, ker não, o Brazil tem kuazi 200 milhõex de pesoax ou já ultrapasou iso. Portanto, um paíx komo o noso ke tem, sei lá, unx 10 milhõex, nunka poderá fazer konkorência em koiza alguma, inkluindo a própria língua.

Quando estava a terminar este meu artigo, resolvi dá-lo ao meu filho para ler. Embora ele tenha menos estudo do que eu em Português, o que ele sabe, sabe! Valeu-lhe o latim que aprendeu em Berkeley nas aulas do distinto professor e nosso amigo Dr. Fernando Silva.

De uma forma ou outra, em poucos anos o Português sofrerá uma transformação e não haverá maneira alguma de parar isso.

O Português é a língua dos “XX”. Já agora escrevam Lixboa.

O meu filho viu que nesta minha cantilena eu havia eliminado por completo o ”C” da língua Portuguesa e pergunta:

Ó pai! E o que vamos fazer com o “C”? Eu respondi:

Ke vá p’ro karasax!

                                                       
                                                   

FLOR DA SERRA - José M. Raposo



Flor da serra

             Para Karla Alessandra


José M. Raposo


Tem estampada no rosto,
Como se fosse um poema,
A beleza dum sol posto,
Lá nas praias de Ipanema.

No coração, com amor,
Numa forma sem igual,
Mora o encanto e o calor
Do Brasil e Portugal.

No seio da natureza,
Teresópolis encantada
Tem agora mais beleza,
Com a nova flor plantada.

Tem misto de divindade
O que essa flor encerra,
Ao encher toda a cidade
Com o perfume da serra.

Ao mirar os olhos seus,
A minha alma não recusa
Que foi o dedo de Deus
Que trouxe ao mundo essa musa.

CA- setembro/2011


LANÇAMENTO DOS LIVROS "ENCRUILHADAS" E "TANGLED" - California - José M. Raposo


Para ler a matéria no Tribuna Portuguesa online,
acessar o link acima.














ONDE ESTÁ PORTUGAL ((Despedida do Consul em S.Francisco) - José M. Raposo




CA - Dezembro/2011

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

BRUMA DA SAUDADE - José M. Raposo




BRUMA DA SAUDADE


Jose M Raposo


A montanha do Pico
Viu-te nascer
E nas ondas do mar
Foste embalada.
Cagarras gritavam
Ao anoitecer.
Envolta em bruma,
A Ilha encantada.
Largos horizontes,
Imensidão de mar,
Agora a saudade
Faz-te voltar.
Marés te levaram,
Marés te trouxeram,
Amor que no cais
Lágrima chorou...
Raios de luz
Por ti lá esperam.
Vindo da terra
O vento soprou.
Nuvens do céu
Lágrimas verteram
E das pedras negras
Para o mar correram.

LÁGRIMAS - José M. Raposo


 

LÁGRIMAS


José M. Raposo 


Lágrimas, geralmente, são de dor,
De tristeza, saudade e nostalgia.
Outras, enchem a alma de alegria,
São as eternas lágrimas de amor.

Com grande desolação e desgosto,
Muitas lágrimas na vida choramos.
Algumas, muitas vezes, enxugamos.
Outras delas, secam em nosso rosto.

Uma lágrima pode ser a cura
Para quem faz ou sofre uma ferida.
Mas, se vier do amor que nos jura

Dar toda a felicidade perdida,
Poderá até apagar a amargura
De outras lágrimas choradas na vida

QUE FIQUEM POR LÁ - José M. Raposo

  
A primeira página do último número da Tribuna Portuguesa, fez-me lembrar alguns bons tempos e deu-me uma reviravolta ao estômago, no entanto, dou os parabéns ao José Ávila pela coragem de abordar o assunto.

Quando eu ocupava o cargo de tesoureiro do Conselho das Comunidades Portuguesas do Norte da Califórnia, certa vez fui escolhido para ir a uma reunião em Danburry e outra na Terceira. O Governo Português pagou-me  todas as passagens e estadias.
Na reunião de Danburry, eu, o Godinho, da Austrália e Bruna Viana, do Canadá, fomos os escolhidos para a mesa da Presidência e sendo eu o único dos Estados Unidos, fui indicado para ocupar o lugar de Presidente. Eu disse ao Sr. Doutor, cujo nome não me lembro agora, que achava bem dar o lugar de Presidente à Bruna Viana, ao que o Sr. disse que não, porque era tradição que o Presidente fosse uma pessoa do país onde se fazia a reunião e que já vinha destinado assim, de Lisboa, portanto eu não tinha outra coisa a fazer a não ser aceitar.

Eu disse, OK e como presidente da mesa, perguntei quais seriam as minhas funções. O Sr respondeu-me que eu dirigiria a reunião de acordo com os estatutos e teria que manter a ordem, que poderia fazer tudo o que quisesse, desde que não fosse contra os estatutos. Quis saber, então, se os mesmos me permitiriam nomear alguém, para algum cargo, ao que ele respondeu que sim.

Chegada a hora de abrir a reunião, agradeci a todos os presentes e o meu primeiro acto, como presidente, foi nomear Bruna Viana para o meu lugar e eu e Godinho ficamos como secretários.

O tal Sr. disse-me que não podia ser, ao que respondi que podia, sim, e que, portanto,  estava usando do poder que ele próprio me havia dado e pedi-lhe por favor, que se calasse,  porque estava fora de ordem e eu não lhe havia dado a palavra.

Escusado será dizer que criei logo um inimigo. A reunião começou e correu bem, com interferência de várias pessoas presentes e até me lembro duma Sra. Cláudia Rios que falou muito bem.

Acabada a reunião, pedi um escriturário para dactiolografar as actas. O tal Sr. Respondeu que não seria necessário, porque as actas vinham já feitas de Lisboa.”
- O quê? Perguntei - O Sr. Dr., tem a ousadia de dizer-me uma coisa dessas? Ou o Sr. arranja-me um escriturário ou eu devolvo o dinheiro da passagem ao Governo Português e vou-me embora para a Califórnia. Apareceu uma menina muito simpática, que ficou comigo até às 2 ou 3 da madrugada a redigir as actas. No outro dia, quando começamos a reunião, uns tantos ou quantos congressistas, que haviam vindo na comitiva de Lisboa, não apareceram. Eu anotei a falta dos mesmos nas actas.
Depois vieram-me pedir para alterá-las, para que incluísse o nome das pessoas que estavam ausentes, ao que recusei. Esses indivíduos vieram passear a custa do erário público e se os seus nomes não constassem das actas, provavelmente que não receberiam ajudas de custo.

Nas outras reuniões, não houve grandes problemas. Os jantares foram formidáveis e não me lembro o nome do salão de reuniões, mas o padre Cachadinha tinha tudo muito bem organizado e até num dos jantares eu cantei à desgarrada, mais o José Gama e tive a oportunidade de ouvir uns fados de Coimbra, na voz do congressista e deputado Caio Roque.

No encerramento das reuniões, eu armei bronca novamente. Uma senhora Ministra de rara Beleza e de boa saúde, que havia aberto as reuniões e depois foi passear, não sei para onde, aparecendo só no dia do encerramento, começou a discursar e eu disse ao companheiro que estava ao lado que se aquela senhora falasse mais de 15 minutos, eu levantar-me-ia e sairia. Ele pediu por todos os Santos que eu não o fizesse. Liguei o cronómetro e os 15 minutos se passaram. Como eu estava na primeira fila de bancos, levantei-me, fui até ao meio da sala e ao sair pelo corredor tive a certeza que o som dos tacões dos meus sapatos ressoaram.

Ela falou por uma hora e quinze minutos e quanto acabou, eu entrei pelo mesmo lugar por onde havia saído.

Como disse, fui uma outra vez, à Terceira. Se bem que depois de levantarmos voo de San Francisco, o avião regressou ao aeroporto por duas vezes e por causa disso perdemos a TAP para Lisboa. Ficamos em Nova York dois dias e uma noite em Lisboa. A American Airlines pagou-nos a estadia em Nova York e deu 100 dólares a cada um de nós (éramos treze, salvo erro), para pagar o hotel e uma noite em Lisboa.  Mas foi uma viagem divertida e os nossos amigos José João e o Eduardo Eusébio podem provar isso. Ainda hoje, quando eu vejo um ou outro, o nosso cumprimento é “Está tudo cego”.  Estou mesmo a ver a gargalhada que eles vão dar quando lerem isto. Para essa reunião da Terceira, levava um discurso bem preparado e ao mostrá-lo a dois senhores aqui da Califórnia que foram e diga-se em abono da verdade, às suas custas, um deles disse que se eu lesse tal discurso, eles se levantariam na reunião e que eu ficaria em problemas. Eu não li o discurso porque não quis mostrar, na Terceira, que há pessoas aqui nesta Califórnia que fomentam a desunião. No fim, apresentei o discurso como um documento para ser anexado às actas e por lá ficaram as minhas palavras.

Uma vez, fui ao consulado Português para levar a Sra. Doutora Fernanda Agria ao aeroporto de São Francisco, porque ela iria a uma reunião em outra cidade da Califórnia. Disse-me ela que a sua passagem estaria no balcão do aeroporto. Perguntei se a mesma estava paga, ao que ela me respondeu que pensava que sim. A menina que nos atendeu, despachou as malas e depois pediu trezentos e não sei quantos dólares. A Sra. Dra. não estava preparada para pagar a passagem e eu puxei do meu cartão de crédito, paguei-a e no outro dia escrevi uma carta para a Embaixada de Portugal, em Washington.

Em menos de uma semana recebi uma resposta, com todos os agradecimentos e um cheque no valor que eu tinha despendido. reembolsando-me. E eu pergunto: como se manda um representante do Governo para o aeroporto, sem passagem paga ou sem o mesmo estar preparado?

Na minha opinião o Conselho das Comunidades Portuguesas nasceu às avessas. As intenções podem ter sido boas, mas foi um autêntico aborto. E desculpa-me Dinis Borges, porque sei que tens trabalhado bastante para o Conselho, tens feito todo o possível para que tanto o Governo dos Açores como o de Lisboa conheçam o Portuguesismo que há nas nossas gentes, enfim, tens dado o teu precioso tempo e embora o grande Fernando Pessoa tivesse dito que tudo vale a pena, eu tenho as minhas dúvidas.

Concordo com o José Ávila quando ele diz que não nos mandem nem secretários nem directores regionais. E eu acho bem. Esses senhores por vezes chegam ao ridículo de brigar por quererem ser os últimos a falar aqui, nas comemorações do dia de Portugal, porque dizem que como vêm representar o Governo Português, têm lugar de honra e são os que devem dizer as últimas palavras.

Eu já disse mais de uma vez: nós temos gente cá para fazer as nossas festas e temos cá um representante do Governo Português e podemos provar a quem quer que seja que continuamos a ter no coração a nossa bandeira, que veio nas nossas malas, não como o símbolo da fome, mas sim como o símbolo da nossa Pátria, que por pior que tenha sido para nós, foi lá que nascemos.

Quanto à RTP não apresentar os programas Califórnia Contacto, será que eles acham que os seus funcionários aqui, não têm nível ou não estão a altura de fazerem os programas? Eu discordo! 

Eu não concordo amigo Zé que venham cá nem os melhores... Só há uma maneira de resolver este assunto: é integrarmo-nos na vida deste país que nos acolheu , sermos bons Americanos, continuarmos com as nossas festas e tradições e esquecermos esses filhos duma gaita que não querem saber de nós para coisa alguma. Também é provável que haja alguma culpa da nossa parte, pois sempre recebemos os representantes do Governo Português de braços abertos, damos do melhor que temos e alguns riem-se de nós. Também nunca sabemos, ao certo, como e com quanto o Governo subsidia os nossos festejos na Califórnia. Nunca vi nas páginas do jornal quais as verbas recebidas e nenhum balanço de contas. Alguém já viu?

E esses senhores Secretários e Directores, que vêm cá fazer nada, quando quiserem vir passear à Califórnia, que venham às suas próprias custas ou então que fiquem por lá..

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