Participantes:
1 - Neila Costa - Natal - Rio Grande do Norte - Br
2 - Elen de Moraes - Rio de Janeiro - Br
3 - Tera Sá - Portugal
4 - Jose M. Raposo - California -
5 - Machado Ribeiro - California
6 - Reinadi Sampaio - Cruz das Almas - Ba
7 - Ana Maria - Bahia
2 - Elen de Moraes - Rio de Janeiro - Br
3 - Tera Sá - Portugal
4 - Jose M. Raposo - California -
5 - Machado Ribeiro - California
6 - Reinadi Sampaio - Cruz das Almas - Ba
7 - Ana Maria - Bahia
MOÇA DA ROÇA
Jose M. Raposo Eu a todos cumprimento, Pois o convite aceitei, Por vir ao sabor do vento, Foi que eu tarde cheguei. Na ciranda vou entrar Com todo o meu coração. E graças tenho a dar A Santo António e São João. E eu quero agradecer À Santa Virgem mãe nossa, Por agora conhecer Essa menina da roça. O teu corpo, aveludado, É lindo como a violeta E o teu gracioso bailado, Faz lembrar a borboleta. Teus olhos, duas boninas De um tom belo, acastanhado. Teus seios, duas colinas Onde brilha o sol doirado. Eu pude sentir o amor Nesse olhar que tu me deste. Na tua boca o sabor De doce amora silvestre. Responde a esse convite E verás, não há perigo, Vai te passar a artrite. Vem para a festa comigo! A Santo António pedir E a São João vou implorar P’ra São Pedro vir abrir Porta p’ra gente casar. No cabelo flor singela, P’ra quem quiser ver e possa, Que não há moça mais bela Do que a moça lá da roça. |
ARRASTA PÉ
Elen de Moraes Recebi vosso convite Pra festa do arrasta pé, Mas a dor da minha artrite, Está me dando um olé! Gostaria de ir à festa Pra namorado arrumar, Porém a dor me contesta! Como é que vou me aprumar? Queria comer canjica, Muita paçoca também. Ai, que meu corpo pinica De saudade do meu bem! E estar naquela barraca P'ros beijoqueiros armada... Só de pensar, dá ressaca, Mas fico toda animada. Saborear broa de milho, Pé de moleque comer, Hummm... biscoitos de polvilho E muito quentão beber. Sem falar no milho assado E na pamonha famosa. Ai que desejo danado! Já estou ficando ansiosa. Ver lá no céu os balões, Fogos fazerem zoeira, Mesmo levando empurrões Na beirada da fogueira. Mas co'essa dor infernal Que os ossos me roem lento, Como ir a esse arraial Se a festa será ao relento? Tenho que tomar juízo E na cama me enfiar Lá então eu analiso Como vou me conformar. Mas antes mando um recado Pr’aquele homem solteiro Não se sentir rejeitado, Se esperou o ano inteiro e viu agora negado Seu pedido - que foi feito - Ao Bendito Santo Antonio, O Santo casamenteiro. Que se dê por satisfeito E que aguarde o matrimonio Com seu amor verdadeiro! Termino beijo enviando P'ra todos desse arraial. Votos que sigam se amando, Pois ser feliz não é mal. |
São João em Cruz das Almas
florbellaba, em Jun 13/2009 Me desculpem os repentistas Métrica não sei fazer, Também os apologistas Desta forma de escrever. Minha "Alma em Pedaços"~ Lamenta e chora infeliz E aqui no meu espaço Tal festa nada me diz! É um tal de ferir gente A justiça fecha o olho Morrer aqui é freqüente Prolifera qual repolho. Nessa guerra de espada Desses festejos juninos A vida não vale nada! Divertimentos cretinos. Ir à festa é um perigo Um confronto em cada esquina Entender eu não consigo Esta guerra assassina. Nessa "guerra de espadas" Morre menino e adulto, Mães choram desesperadas Em terra de povo (in)culto. Não é certo a população Passar tanto sofrimento E ninguém dá solução A tão bárbaro evento. Pois me lembra a escravidão! Esta grande violência Não mostra a televisão, Pois sustenta a opulência. Um juiz, de certa feita Proibiu a tal peleja Pros poderosos, desfeita! Que o São João nos proteja. Pois, então meu caro amigo Como ir a esse arraiá Me divirto aqui contigo Com seus versos a "proseá"?. Pois, olha, no meu Sertão Lá, sim, era brincadeira, Alegrava o coração Pular aquela fogueira Candidato aparecia Vinha de todos os lados Aos santos agradecia E enviava recados. Tinha quadrilha e fita No pau que o vento açoitava. E amor à primeira vista Nos braços d'alguem achava. E dançava a noite inteira Na maior das euforias Sem espada traiçoeira Pra acabar co'as alegrias. Para mim chega de rima Não suporto "enquadramento" Isso já me desanima Chega ser grande tormento. Segundo Ato: Já havia dado por terminado Meu "desafio" em português Mas, lembrei-me de um Dr, amigo afastado Que como tu, também fala inglês. Recorri à memória Para te contar uma novidade: Não sei se sabes da nossa história Mas vou contar-la em "breviandade". Nossa primeira ferrovia Construída no Maranhão, Foi feita com muita alegria E pelos ingleses sua construção. Anunciavam "ao sabor do vento" Festa pra todos - for all - Pra grandiosidade do monumento. E assim nasceu o "Forró"! Mas dizem outros também Que da África veio o forró Pra eles digo aleluia e amém Nasceu nosso "forrobodó"! Quando a televisão se empenha, Mete verdade "pelo cano" Noticias correm como "se qué" e mesmo que a invenção se mantenha entre ingleses e o pobre escravo africano Prevalece quem "mió" é... Ó, ó, ó, yessssssssssss!! Reinadi Sampaio. Cruz das Almas, São João de 2009. |
Caro amigo,
Vim deixar a minha historia
de festa junina.
Gostei da brincadeira. História verdadeira Machado Ribeiro Em noite de são joão Começou a brincadeira Em casa do Helio Beirão Acendemos a fogueira. Como é velha tradição Ver quem mais salta a fogueira No meio da confusão Só podia dar besteira. Era forte o clarão Não se via o outro lado Foi nessa altura que então Ficou tudo estragado. Eu ia a saltar de cá Tal como as outras gentes, Zé Manel salta de lá Ficamos os dois bem quentes. Foram-se as sobrancelhas Cabelo semi-queimado, Eram rubras as orelhas... Vi o caso atrapalhado. A festa continuou Até ao amanhecer A fogueira se apagou Às horas de adormecer. Esta história é verdadeira E daqui a conclusão:- Quem não saltar a fogueira Não festeja são joão. Machado Ribeiro. |
"ARRAIA" DOS POETAS
Neila Costa
Fiquei pra La de contente, Quando vieram me chamar Pra essa festa atraente E uma quadrilha dançar.. Quem queira participar Tem que vestir de matuto, Procurar para seu par Alguém que não é fajuto. O vestido que comprei, É vermelho e tem xadrez. Flor pro cabelo arrumei! Tia Simone quem fez. Na festa estarão presentes Poetas de muitos lugares! Que se mostrem experientes Sem comer só com olhares. Amigos de Portugal Vem só pra comer canjica, Milho e pamonha com sal. Isso, nenhum Santo explica. A Elen, por novidade Disse que ao Santo pedira Casar com sua Majestade, Rei que freqüentava a Lira. Florbella amiga risonha, Contou-me, pra meu espanto, Que perdeu toda a vergonha De beijar em frente ao Santo. Bem arretado é o José Pra cantar um desafio! Pega o santo pelo pé E o amarra com um fio Mas não age de má fé! E pro amor não tem fastio! Agora, a festa de lado, Corro pra pegar meu par, Antes que fique ocupado, Pois não tiram dele o olhar. |
Festa Junina
Annammarya
Noite junina, lindo céu ilumina Sereno cái, safona geme, grita, No dançar correto da menina, corpo mexe, coração agita. Face rosada, camisa xadrez, calça rasgada, bem remendada, bigodes desenhados, matuto de vez. chapéu de palha, atitude acanhada. Moçada agitada, levanta poeira, o padre a dançar, bebe "kentão" levanta a batina, já na "zoeira" atravessa a fogueira "animadão". Rojão no céu, poeira no chão, paçoca, amendoim, prá reforçar. Crepita a lenha, fogo no terreirão, é chegada a hora do namorar. Vestido de chita, rosto pintado, aplauso frenético do namorado, linda menina, nascida na roça. "flor no cabelo, quiser ver, possa", |
Santo Antonio
Tera Sa
A contar me vejo os dias, Fiando-me no Santo António, Que por tratos e porfias Me deve um bom matrimónio... António, conto contigo, Que o fio d'oiro maciço Que ao Santo foi prometido Será de teu compromisso! Faz de conta que sou bela E vivo a fiar-te rendas António, de mim donzela Dou-te as melhores oferendas! Faz-me de contas um fio, Eu fio-me e faço de conta Qu' as contas que eu te fio São contas de pouca monta. De ti, fido e bom rapaz, Espero ouros e contos De reis, pois, qu' eu sou sagaz, Não fio nem dou descontos! Mas se não deves fiado, E' inda tens conta no banco, Conta comigo, amado, Fio já um vestido branco!" E como és bem do meu gosto, Galante e apessoado, Conto que lá para Agosto Serás o meu desposado... Santo António, o prometido, Te será pago num fio De ouro por mim contado... (no meu António confio...) |
Agradecimento
Jose M. Raposo Venho agora agradecer a todos que gentilmente vieram aqui responder em versos, o meu "repente". A Elen pede ao Santo Para um marido lhe dar, Procura por todo canto E não o consegue achar, Pois homem bom eu garanto, É dificil de encontrar.. O Felipe eu já não sei Se está bem ou mal casado Ou se lá em terras d'El Rei Pelas moças é procurado. A Florbella deu agora Para escrever em Inglês Valha-nos Nossa Senhora Pelo milagre que fez. Pois não é que a Ana Maria Comigo não se encontrou! E eu não sei se nesse dia Poeira ela levantou. Fia-te no Santo, Teresa, Sem procurar namorado Encontrarás a surpresa De o ver com outra casado. Neila, se o diabo soubesse, Na ciranda entraria E se ele o quentão bebesse, Em santo se tornaria. O meu amigo ao perder As sobrancelhas e a perinha Ficou logo ele a saber O calor que o Inferno tinha. Eu já não posso saltar Fogueiras do São João Mas 'inda gosto de olhar Para as moças que lá vão California, 15/06/2009 |
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